domingo, 13 de dezembro de 2009

Portadores de Necessidades Especiais no contexto da Educação Inclusiva


O Ser humano desde a Antiguidade apresenta dificuldade em lidar com questões que fogem ao seu conhecimento, à sua explicação e ao seu padrão de normalidade. Na sua história os casos de perseguição, intolerância e exclusão marcaram e marcam grupos de indivíduos tidos como “diferentes”, submetendo-os às mais diversas formas de homogeneização, violentando-os no que se tem de mais precioso que é a sua identidade enquanto ser humano.

Os indivíduos são selecionados pela etnia, religião, gênero, cultura e condições físicas e mentais. Quem não se encontra no modelo de referência é ignorado e marginalizado, fazendo parte da grande massa de excluídos, pessoas das quais se retiraram as mínimas condições de desenvolvimento humano, tendo seus direitos básicos negados.

Dentro deste cenário a pessoa com deficiência sempre teve sua imagem associada à incapacidade, à limitação, à doença. Esta imagem ganhou força e se cristalizou, devido ao modelo médico da deficiência, que vê a deficiência apenas em seu aspecto biológico, direcionando o atendimento às ações de adaptação do sujeito à sociedade, sem buscar transformações sociais que transpusessem as barreiras estruturais e humanas impostas à pessoa com deficiência. Fixando o foco nas suas limitações e não nas suas possibilidades.

A inclusão é um movimento social de grande repercussão, que ganhou muita força a partir dos anos 90, e tem como pressuposto a igualdade entre os homens, ou seja, a luta contra qualquer forma de discriminação. Caracteriza-se pela organização de grupos que sofreram fortes impactos sociais que o mantiveram numa situação de total abandono por parte dos poderes públicos e da sociedade como um todo, que atuam para garantir sua inserção no mundo econômico, cultural e social.
Na década de 1990, aconteceram amplas reformas estruturais e educacionais no país, inspiradas e direcionadas por organismos internacionais, caracterizadas pelo discurso de Educação para Todos (UNESCO). Dessa forma o governo brasileiro se vê pressionado, diante das mudanças, em obedecer ao paradigma da educação inclusiva, o que trouxe uma mudança radical no panorama do sistema educativo do Brasil, principalmente em relação ao aumento do número de matrícula das crianças com deficiência na rede regular de ensino. A nova proposta de educação inclusiva traz em si a luta para romper com a idéia de inserção apenas física das crianças com deficiência na rede regular, como é vista por grande parte das pessoas.
Portanto, a educação inclusiva contrapõe-se a todo e qualquer tipo de discriminação, e nessa perspectiva a escola precisa rever todos os seus conceitos, em busca de uma educação que respeite a heterogeneidade. Essa tarefa não é nada fácil para uma instituição que se acostumou à padronização, que excluiu de seu espaço qualquer forma de diversidade.

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